Tuesday, August 09, 2016

Uma poesia de Giovanna Marmo

Il punto di fuga           
Giovanna Marmo

Il film della sua vita la segue.
Per proteggerla dalle altre comparse
si adegua al suo percorso lento,
non la trascina con sé.
Cieli di rame, strade invase dal fango,
sfregi di pallottole esplose sui muri,
facciate distrutte. La guerra è dichiarata.
Ma non accade niente.
Per lei tutto ciò che conta
è già avvenuto fuori campo.
Si muove quasi senza spostare l’aria,
nonostante gli arti lunghi e arrugginiti.
E non chiede mai:
cosa avete fatto alle mie gambe?
Non ha bisogno di mantenersi in equilibrio,
non capisce niente del filmato
che la sta riprendendo.
Ha un nome di copertura,
ha scelto di vedersi
come se fosse un’altra. Quando si specchia
nell’obiettivo il volto riflesso è una città
assente nel ricordo.
Pronuncia solo due battute:
– Dissolvenza in nero.
– Fine.

O ponto de fuga

O filme de sua vida segue.
Para protegê-la dos outros comparsas
se adequa ao seu percurso lento,
não a arrasta consigo.
Céus de cobre, ruas invadidas pela lama,
cicatrizes de balas explodindo nos muros,
fachadas destruídas. A guerra foi declarada.
Mas, nada acontece.
Para ela, é o que conta
e já aconteceu fora da tela.
Se move quase sem mover o ar,
apesar dos membros longos e enferrujados.
E nunca pergunta:
O que você fez com as minhas pernas?
Não precisa de manter o seu equilíbrio,
não entende nada do filme
que está a recuperar.
Há um nome de cobertura,
Ele escolheu se ver
como se fosse outro. Quando se espelha
num objetivo e volta o reflexo é uma cidade
ausente na memória.
Pronuncia apenas duas piadas:
- Dissolva-se em preto.

- Fim.

Ilustração: portaldoprofessor.mec.gov.br


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