Saturday, May 21, 2016

Uma poesia fora das regras de Rosalía de Castro


¡Oh, no quiero ceñirme a las reglas del arte!...

 Rosalía de Castro

¡Oh, no quiero ceñirme a las reglas del arte! Mis pensamientos son vagabundos, mi imaginación errante, y mi alma sólo se satisface de impresiones.
Jamás ha dominado en mi alma la esperanza de la gloria, ni he soñado nunca con laureles que oprimiesen mi frente. Sólo cantos de independencia y libertad han balbucido mis labios, aunque alrededor hubiese sentido, desde la cuna ya, el ruido de las cadenas que debían aprisionarme para siempre, porque el patrimonio de la mujer son los grillos de la esclavitud.
Yo, sin embargo, soy libre, libre como los pájaros, como las brisas; como los árabes en el desierto y el pirata en el mar.
Libre es mi corazón, libre mi alma, y libre mi pensamiento, que se alza hasta el cielo y desciende hasta la tierra, soberbio como Luzbel y dulce como una esperanza.
Cuando los señores de la tierra me amenazan con una mirada, o quieren marcar mi frente con una mancha de oprobio, yo me río como ellos se ríen y hago, en apariencia, mi iniquidad más grande que su iniquidad. En el fondo, no obstante, mi corazón es bueno; pero no acato los mandatos de mis iguales y creo que su hechura es igual a mi hechura, y que su carne es igual a mi carne.


Oh, eu não quero restringir-me às regras da arte! ...

Oh, eu não quero restringir-me às regras da arte! Meus pensamentos são vagabundos, minha imaginação errante e minha alma só se satisfaz de impressões.
Jamais dominei em minha alma a esperança da glória, nem sonhei nunca com lauréis que oprimissem a minha fronte. Só os cantos de independência e liberdade têm balbuciado meus lábios, ainda que em redor houvesse sentido, desde o berço, o ruído das correntes que deviam me aprisionar para sempre, porque o patrimônio da mulher são os grilhões da escravidão.
Eu, sem embargo, estou livre, livre como os pássaros, como as brisas; como os árabes no deserto e o pirata no mar.
Livre é meu coração, livre minha alma e livre o meu pensamento, que se alça para o céu e desce para a terra, soberbo como Lúcifer e doce como uma esperança.
Quando os senhores da terra me ameaçam com um olhar, ou querem marcar minha testa com uma mancha de vergonha, eu me rio e rio como eles riem e faço, em aparência, uma iniquidade maior do que a que eles fazem. No fundo, não obstante, meu coração é bom; porém, não acato o mandato dos meus iguais e creio que seu fazer é igual ao meu fazer, e que a sua carne é igual a minha carne.


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