Monday, August 31, 2015

Uma poesia de Alfonso Brezmes



Muñecas rusas                                               

Alfonso Brezmes

Coge una sierra,
párteme en dos:
dentro estoy yo,
esperando
a que llegues,
y me partas,
y me abras de nuevo,
tantas veces
como haga falta,
cada vez más pequeño,
más yo,
esperándote,
para ver
la cara que pones
cuando llegues al fin
a mi yo más oculto,
y lo mires,
y tenga tu rostro.

Bonecas Russas

Pega uma serra,
parte-me em dois:
dentro estou eu,
esperando
que chegues,
e me partas,
e me abras de novo,
tantas vezes
quanto necessário,
cada vez menor,
mais eu,
esperando-te,
para ver
o rosto que pões
quando chegas ao fim
a mim eu mais oculto,
e o olhes,
e tenha o teu rosto.


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