Monday, April 13, 2015

Mais uma poesia de Jaime Sabines

                                                                                                   
SOLO EN SUEÑOS

Jaime Sabines

Sólo en sueños,
sólo en el otro mundo del sueño te consigo,
a ciertas horas, cuando cierro puertas
detrás de mí.
¡Con qué desprecio he visto a los que sueñan,
y ahora estoy preso en su sortilegio,
atrapado en su red!
¡Con qué morboso deleite te introduzco
en la casa abandonada, y te amo mil veces
de la misma manera distinta!
Esos sitios que tú y yo conocemos
nos esperan todas las noches
como una vieja cama
y hay cosas en lo oscuro que nos sonríen.
Me gusta decirte lo de siempre
y mis manos adoran tu pelo
y te estrecho, poco a poco, hasta mi sangre.
Pequeña y dulce, te abrazas a mi abrazo,
y con mi mano en tu boca, te busco y te busco.
A veces lo recuerdo. A veces
sólo el cuerpo cansado me lo dice.
Al duro amanecer estás desvaneciéndote
y entre mis brazos sólo queda tu sombra.

Só em sonhos

Só em sonhos,
só em outro mundo de sonhos te consigo,
a certas horas, quando fecho as portas
atrás de mim.
Com que desprezo tinha visto aos que sonham,
E, agora, estou preso no seu sortilégio,
emaranhado na sua rede!
Com que maldoso deleite te introduzo
na casa abandonada, e te amo mil vezes
da mesma maneira diferente!
Estes locais que tu e eu conhecemos
nos esperam todas as noites
como uma velha cama
e há coisas que no escuro nos sorriem.
Tenho prazer em te dizer o de sempre
e minhas mãos adoram teus pelos
e te estreito, pouco à pouco, até meu sangue.
Pequena e doce, te abraças ao meu abraço,
e com minha mão em tua boca, te busco e te busco.
Às vezes, o recordo. Às vezes,
só o corpo cansado me diz.
No duro amanhecer estais te desvanecendo
E, entre meus braços, só fica a tua sombra.


Ilustração: http://www.umbraum.com/eroty.htm

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