Friday, November 28, 2014

García Lorca de volta

 
 El amor duerme en  el pecho del poeta
                                                                                        
Federico García Lorca

Tú nunca entenderás lo que te quiero
 porque duermes en mí y estás dormido.
 Yo te oculto llorando, perseguido
 por una voz de penetrante acero.

Norma que agita igual carne y lucero
 traspasa ya mi pecho dolorido
 y las turbias palabras han mordido
 las alas de tu espíritu severo.

Grupo de gente salta en los jardines
 esperando tu cuerpo y mi agonía
 en caballos de luz y verdes crines.

Pero sigue durmiendo, vida mía.
Oye mi sangre rota en los violines.
¡Mira que nos acechan todavía!

Sonetos del amor oscuro (1936)

O amor dorme no peito do poeta

Tu nunca sabeo o que te quero
 porque dormes em mim e estais dormindo.
 Eu te oculto chorando, perseguido
 por uma voz de penetrante aço.

Norma que agita como carne e candieiro
trespassa já meu peito dolorido
e as turvas palavras hão mordido
as asas de teu espírito severo.

Grupo de pessoas pulando nos jardins
esperando teu corpo e minha agonia
em cavalos de luz e verdes crinas.

Porém, segue dormindo, minha vida.
Ouves meu sangue jorrar nos violinos.
Olhe que nos assombra,todavia!

Sonetos do Amor obscuro (1936)

No comments: