Sunday, December 01, 2013

Juana de Ibarbourou



La Hora

Juana de Ibarbourou

Tómame ahora que aún es temprano
y que llevo dalias nuevas en la mano.

Tómame ahora que aún es sombría
esta taciturna cabellera mía.

Ahora que tengo la carne olorosa
y los ojos limpios y la piel de rosa.

Ahora que calza mi planta ligera
la sandalia viva de la primavera.

Ahora que en mis labios repica la risa
como una campana sacudida aprisa.

Después…, ¡ah, yo sé
que ya nada de eso más tarde tendré!

Que entonces inútil será tu deseo,
como ofrenda puesta sobre un mausoleo.

¡Tómame ahora que aún es temprano
y que tengo rica de nardos la mano!

Hoy, y no más tarde. Antes que anochezca
y se vuelva mustia la corola fresca.

Hoy, y no mañana. ¡Oh amante! ¿no ves
que la enredadera crecerá ciprés?

A hora
Toma-me agora que ainda é cedo
e que levo dálias novas nas mãos.

Toma-me agora que ainda é sombria
estes taticurnos cabelos meus.

Agora que tenho a carne perfumada
e os olhos limpos e a pele rosa.

Agora que calça minha planta ligeira
a sandália viva da primavera.

Agora que em meus lábios soam a risada
como uma campainha rapidamente apertada.

Depois ..., ah, eu sei
que depois já nada mais disto terei!

Que, então, será inútil o teu desejo,
Como uma oferenda posta em um mausoléu.

Toma-me agora que ainda é cedo
e que tenho rica de nardos as mãos!

Hoje, não mais tarde. Antes que anoiteça
e se veja murcha a corola fresca.

Hoje, não amanhã. Oh amante! Não vês

que a trepadeira crescerá cipreste?

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