Saturday, September 14, 2013

O que se faz por amor


Choro rasgado

A minha saudade era tanta
que me comportei
como se fosse uma anta
te procurando por locais
onde jamais poderias estar.
Te cacei de bar em bar,
de boteco em boteco,
sem que o tico e o teco
conseguissem se encontrar.
Não conseguia parar
e, embriagado, me encontrei
no cemitério.
Chorei! Chorei, na cova
de quem nem sei,
por seres, para mim, um mistério,
e teres me deixado,
apesar de apenas quereres
o que seria ideal:
largar minha família
para ficar a teu dispor
para me lamberes
e morrer de fazer amor.   

Ilustração: versoeprosa.wordpress.com

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