Tuesday, May 24, 2011

É claro que não preciso de ti...


Sobre o supérfluo

Eu não preciso de ti
Ainda que teu amor
Seja como a lava de um vulcão ou a água mansa
E me faça parecer que o mundo dança
Em êxtase uma canção de vida.
Eu não preciso de ti.
Repito desfolhando a margarida,
Um trevo em que procuro sorte,
Um livro em que procuro histórias
Que sejam assim tão grandes como a nossa.
Eu não preciso de ti
Mesmo que de meu pensamento
Tua imagem não se desloque um só momento
E mesmo quando durmo ainda sonho
Com o teu semblante tão risonho
Chegando para me amar.
Eu não preciso de ti
Reclamo ao vento que sorrateiro
Me traz teu perfume, a saudade,
Esta dor doce que ligeiro
Me enche da única verdade
De que és um supérfluo
Tremendamente essencial.

Ilustração: http://antondiego.blogspot.es/img/Superfluo.jpg

1 comment:

Isabela said...

Eu precisava ler isso. Obrigada.