Sunday, October 24, 2010

Storni



VOY A DORMIR

Alfonsina Storni

Dientes de flores, cofia de rocio,
manos de hierbas, tú, nodriza fina,
tenme prestas las sábanas terrosas
y el edredón de musgos encardados.
Voy a dormir, nodríza mía, acuéstame.
Ponme una lámpara a la cabecera;
una constelacíón; la que te guste;
todas son buenas; bájala un poquito.
Dejame sola: oyes romper los brotes…
te acuna un pie celeste desde arriba
y un pájaro te traza unos compases
para que olvides… Gracias.
Ah, un encargo:
si él llama nuevamente por teléfono
le dices que no insista, que he salido…

Vou dormir

Dentes de flores, tampa de spray,
mãos de ervas, tu, gentil enfermeira
me emprestes as folhas da terra
e um edredon de musgos encardidos.
Vou dormir, minha doce mãe, para a cama.
Dê-me uma luz na cabeceira;
uma constelação, a que tu gostas;
todas são boas, só baixa um pouquinho.
Deixe-me só: ouves os brotos nascendo...
te embala um pé celeste lá de cima
e um pássaro irá traçar alguns compassos
para que esqueças ... Obrigado.
Ah, um pedido:
se ele chamar novamente por telefone
diga-lhe que não insista, que eu sai ...

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