Thursday, January 19, 2006

POESIA ESPANHOLA


Destierro

Juan José Domenchina

Es la noche sin fin, la desvelada
noche, que con sus filos de cuchilla
implacable recorta en amarilla
muerte, nuestra silueta enajenada.

Vivir, cuando vivir no vale nada,
equivale a sembrar , com la semilla
infecunda, el dolor, que tanto humilla;
de una existencia rota e postergada.

Y el sinsomnio repite inexorable
el paso de la vida irrevocable,
que, sin dejarse de sentir, se aleja.

Donde nos llevará, tan sin camino,
tan juguete irrisório del destino,
Nuestra razón destartalada y vieja?

Exílio

É a noite sem fim, a desvelada
noite que, como os fios de uma faca, sela
implacável recorte em amarela
morte, nossa silhueta alienada.

Viver, quando viver não vale nada,
é igual semear, com uma semente
estéril, a dor tão humilhante
de uma existência rota e postergada.

E o insone repete de modo inexorável
o passo da vida irrevogável,
que, sem deixar de sentir, o leva embora.

Onde nos levará tão sem estradas,
irrisório brinquedo do destino, e suas jogadas,
Nossa razão, destrambelhada e velha senhora?


Canción Segunda

Juan Renano

Van cuatro jinetes
por la lejanía

largas capas negras,
negras sombras íntimas.

(Si yo me alejara,
tú me olvidadrias?)

Se oscurece el campo
bajo la llovizna.

Altas sierras negras,
negras las encinas.

(Si estuviera ausente,
tú me olvidarías?)

Tañe la campana
de una vieja ermita.

Campanadas negras,
negra despedida.

(Si yo me muriera,
tú me olvidarias?)

...Los cuatro jinetes
por el campo oscuro
bajo la llovizna.

Canção Segunda

Vão quatro cavaleiros
na distância.

Largas capas negras,
negras sombras íntimas.

(E se for embora
tu me esquecerias?)

Se escurece o campo
debaixo da garoa.

Altas serras negras,
negros os carvalhos.

(Se estiver ausente,
tu me esquecerias?)

Tange a campanhinha
de um velho seminário.

Campanhinhas negras,
negra despedida.

(Se estiver morto,
tu me esquecerias?)

...Os quatro cavaleiros
pelo campo escuro
debaixo da garoa.

2 comments:

Maria Oliveira said...

caro amigo,
agradeço muito a sua visita ao meu blog. Vejo que o seu blog é um portal de poesia. Infelizmente,ou felizmente faço oficinas de teatro no interior do estado de Pernambuco
e não disponho de muito tempo para ir à internet e fazer todos os comentários desejados.
Mas fique certo de que guardo tudo no meu baú das emoções e oferto ao
cosmo,para que tudo se encha de luz e traga de retorno bons fluidos aos blogueiros tão queridos.
Um grande abraço e continue me visitando :)))))

Lia Noronha said...

Silvio: adorei essa poesia...está no seu livro de traduções?
Bom fim de semana.
Beijos carinhosos.
te adicionei no MSN,vc viu?